Quem Eram os Fariseus na Bíblia Sagrada?

Os fariseus são uma das figuras mais marcantes do Novo Testamento. Aparecem em vários momentos do ministério de Jesus, muitas vezes em confronto com Ele. Mas para entender bem quem eram os fariseus na Bíblia Sagrada, é preciso ir além das críticas que receberam. Eles não eram apenas opositores religiosos — tinham uma história, crenças e um papel importante dentro da sociedade judaica. A compreensão correta desse grupo ajuda a esclarecer muita coisa sobre o cenário espiritual da época.

Neste artigo, vamos ver como surgiram os fariseus, o que eles acreditavam, por que tinham tanta influência entre o povo, e o que realmente motivou as duras palavras de Jesus contra eles. Mais do que estudar um grupo antigo, essa reflexão nos ajuda a evitar os mesmos erros hoje. O “farisaísmo” não é só coisa do passado — ele pode estar presente em atitudes religiosas vazias, falta de compaixão e orgulho espiritual. Por isso, aprender sobre eles é também um chamado à sinceridade e à obediência verdadeira diante de Deus.

Quem Eram os Fariseus na Bíblia Sagrada: Origem e Nome

Imagem Representando o Artico "Quem eram os Fariseus na Bíblia Sagrada", com um Fariseu e um Cidadão

Os fariseus surgiram durante um tempo difícil para o povo judeu, entre o Antigo e o Novo Testamento. Foi um período em que muitos tentavam apagar a fé judaica e impor costumes estrangeiros, principalmente gregos. Diante disso, alguns judeus se levantaram para defender a Lei de Deus e preservar a fé do povo. Esses homens ficaram conhecidos como “separados” – é disso que vem o nome fariseu. Mas essa separação não era de orgulho, e sim de dedicação. Eles queriam viver com fidelidade à Lei, ensinando ao povo como obedecer a Deus. Por isso, se destacaram como mestres, estudiosos e líderes comprometidos com a tradição.

O nome fariseu, no hebraico, significa literalmente “os que se separam”. Isso não quer dizer que viviam afastados das pessoas, mas sim que buscavam se manter fiéis à vontade de Deus. Eles se dedicavam ao estudo da Torá, à oração e ao ensino nas sinagogas. Sua intenção era manter viva a identidade espiritual de Israel, mesmo em tempos difíceis. Por isso, eram respeitados e seguiam firmes, mesmo quando perseguidos ou desacreditados por outras autoridades religiosas. Entender essa origem ajuda a ver que nem tudo nos fariseus era ruim. O problema não estava no zelo, mas na forma como ele se distanciou do coração de Deus com o passar do tempo.

As Crenças e Práticas que Definiam os Fariseus

Imagem Representando um Livro com as Regras dos Fariseus

Os fariseus acreditavam que, além da Lei Escrita dada a Moisés, existia também uma Lei Oral que explicava como aplicá-la no dia a dia. Eles diziam que essa tradição vinha desde o tempo de Moisés e que era essencial para manter a fé viva. Por isso, criaram muitas regras detalhadas para orientar a vida religiosa do povo em todas as áreas, como alimentação, sábado e pureza. O objetivo era proteger os mandamentos, mas, com o tempo, essas regras se tornaram um fardo. Mesmo assim, seu esforço em trazer a fé para a rotina do povo teve um impacto profundo e duradouro no judaísmo.

Os fariseus também acreditavam na ressurreição dos mortos, na existência de anjos e demônios, e que Deus guiava todas as coisas, mas sem tirar a responsabilidade do ser humano. Eles tinham grande influência nas sinagogas, que eram centros de ensino e oração espalhados por várias cidades. Essa descentralização do culto aproximava o povo da fé, diferente dos saduceus, que controlavam o Templo. A forma como os fariseus organizavam o ensino das Escrituras preparou o caminho para as comunidades cristãs mais tarde. Mesmo com erros, eles deixaram um legado importante na história da fé e mostraram que a religião precisa estar presente no dia a dia do povo.

A Influência dos Fariseus na Sociedade Judaica

Mesmo sendo chamados de “separados”, os fariseus estavam perto do povo. Eles não faziam parte da elite rica, como os saduceus, e por isso eram mais acessíveis. Eram comerciantes, artesãos e líderes de sinagogas. Isso fazia com que o povo comum se identificasse com eles. A forma como ensinavam e aplicavam a Lei nas situações do cotidiano aproximava os fariseus da realidade das pessoas. Sua influência vinha da confiança popular, e não de cargos políticos. O historiador Flávio Josefo chegou a dizer que tudo o que os fariseus falavam, o povo respeitava, mesmo mais do que o que o sumo sacerdote dizia.

No Sinédrio, que era o conselho religioso e político dos judeus, os fariseus eram minoria, mas sua opinião tinha peso por causa do apoio popular. Quando o Templo foi destruído no ano 70 d.C., os saduceus perderam força, e os fariseus passaram a liderar o rumo do judaísmo. Um dos seus líderes, Yochanan ben Zakai, reorganizou os ensinos e fortaleceu as sinagogas. A partir dali, a fé judaica passou a ser baseada mais na Torá e nas orações do que nos sacrifícios do Templo. Esse foi um marco na história da religião judaica. Mesmo com críticas, os fariseus ajudaram a preservar a fé do povo após a queda de Jerusalém.

Os Conflitos entre Jesus e os Fariseus

Imagem Representando Jesus e um Fariseu

Jesus teve vários embates com os fariseus, mas não porque eles eram estudiosos da Lei. O problema estava na maneira como praticavam a fé. Os fariseus davam muito valor às tradições orais e criavam regras que iam além da Palavra de Deus. Jesus os confrontava porque eles impunham essas regras às pessoas, mas não tinham o mesmo cuidado com aquilo que era mais importante, como o amor, a justiça e a misericórdia. Ele não criticava o ensino da Lei, mas a falta de sinceridade no coração deles. O que Jesus condenava era a aparência de santidade sem uma transformação verdadeira.

Muitas das críticas de Jesus aparecem em Mateus 23, onde Ele chama os fariseus de hipócritas. Eles faziam orações longas só para serem vistos, davam o dízimo até das ervas, mas negligenciavam a compaixão. Gostavam dos primeiros lugares nas festas, dos títulos e do respeito das pessoas, mas deixavam de lado o serviço ao próximo. Jesus dizia que pareciam limpos por fora, mas por dentro estavam cheios de orgulho e maldade. Apesar disso, nem todos os fariseus rejeitaram Jesus. Alguns, como Nicodemos e o apóstolo Paulo, reconheceram a verdade. Isso mostra que o problema nunca foi estudar a Lei, mas endurecer o coração.

O Legado dos Fariseus e o Farisaísmo Moderno

Após a destruição do Templo, os fariseus passaram a ser o grupo mais influente no judaísmo. Como já não havia mais sacrifícios, a fé passou a se concentrar nas Escrituras e nas orações. A tradição oral que eles valorizavam foi registrada na Mishná e no Talmude, formando a base do judaísmo rabínico que existe até hoje. Por esse motivo, apesar de todas as críticas, não se pode negar que os fariseus foram importantes para manter viva a fé judaica em tempos difíceis. Eles deixaram uma herança de estudo, ensino e dedicação à Lei que continua marcando a história religiosa do povo de Israel.

No entanto, a palavra “fariseu” virou sinônimo de hipocrisia. Isso porque muitos praticavam a religião de forma exterior, sem arrependimento verdadeiro. E isso serve de alerta para os cristãos. O farisaísmo moderno não tem a ver com roupas ou tradições judaicas, mas com atitudes que repetem os mesmos erros, como buscar reconhecimento, colocar regras humanas acima da Bíblia, julgar os outros sem compaixão, ou viver de aparência. A verdadeira fé não está no ritual, mas no coração diante de Deus. O ensinamento de Jesus continua atual: Deus se agrada da humildade, da justiça e do amor verdadeiro.

Conclusão

Os fariseus começaram como homens que queriam guardar a fé, mas acabaram se perdendo em tradições humanas e orgulho religioso. Eles tinham conhecimento, influência e zelo, mas faltava um coração quebrantado. Jesus não os repreendeu por estudarem a Lei, mas por praticarem uma religião de aparências. Isso nos mostra que não basta conhecer as Escrituras, é preciso viver com sinceridade, arrependimento e amor verdadeiro por Deus e pelas pessoas.

A história dos fariseus serve de alerta para não cairmos na religiosidade vazia, que julga os outros, mas não examina o próprio coração. O Senhor procura pessoas humildes, que O obedecem de verdade e vivem a fé com justiça, misericórdia e fé. Que a Palavra nos molde, não para parecer bons aos olhos dos outros, mas para sermos achados fiéis e verdadeiros adoradores diante de Deus.

Fiquem com Deus e Até Logo!


Perguntas Frequentes sobre os Fariseus

Qual a principal diferença entre fariseus e saduceus?

Os fariseus acreditavam na ressurreição, nos anjos e na Lei Oral, enquanto os saduceus rejeitavam tudo isso e aceitavam apenas a Lei escrita. Os fariseus viviam perto do povo, ensinando nas sinagogas. Já os saduceus eram ricos, ligados ao Templo e ao poder político. Por isso, o povo respeitava mais os fariseus. Mesmo com erros, eles deixaram um legado forte no judaísmo. Os saduceus, por outro lado, desapareceram com a destruição do Templo.

Por que Jesus criticava tanto os fariseus?

Jesus denunciava a hipocrisia. Eles ensinavam a Lei, mas não viviam com amor, humildade ou arrependimento. Amavam os elogios, os cargos e a aparência de santidade, mas o coração estava longe de Deus. Jesus os chamava a abandonar a falsidade e viver uma fé verdadeira, que se expressa em justiça, misericórdia e obediência.

Os fariseus ainda existem hoje?

O grupo formal dos fariseus não existe mais, mas o judaísmo atual herdou muitos dos seus ensinos. Já o “farisaísmo” continua sendo um perigo espiritual. Sempre que alguém valoriza regras mais do que o amor de Deus, vive de aparência ou julga os outros com orgulho, repete os mesmos erros. É um alerta claro para todos nós.

Sobre o Autor

Carlos Gabriel
Carlos Gabriel

Graduando em Medicina | Seguidor de Cristo | Blogueiro | Imperfeito, mas Sigo O Perfeito

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